A partir de 1441, os portugueses passaram a utilizar caravelas nas suas viagens de exploração atlântica. Tal tipo de navio veio a revelar-se o mais adequado para a realização deste tipo de expedições, pois era um navio adaptado à exploração, rápido e usado como recurso de defesa de algumas armadas.
A caravela originalmente definia-se por transportar pano latino, o que lhe dava possibilidade de fazer um tipo de manobra que em mares não conhecidos se tornou indispensável: bolinar - possibilidade de recorrer a uma maior amplitude de ventos.
A caravela portuguesa era um navio de pequeno ou médio calado, que podia ter um porte que oscilaria em média entre os 40 e 60 tonéis, com uns catorze metros de quilha. Geralmente tinha dois mastros com velas latinas, embora as maiores pudessem apresentar três mastros. Tinha apenas um castelo de popa e uma coberta.
Na documentação quatrocentista à curiosa referência a um tipo de navio denominado de "caravela descobrir". Tal caravela seria um navio aperfeiçoado pelos portugueses que seria muito superior aos outros navios de velame latino, pois apresentava vergas latinas de grandes dimensões.
A tripulação de uma caravela poderia rondar os 20 ou 25 homens em média. A partir de finais do século XV e inícios do XVI sofre ajustamentos que deram à caravela um maior porte - passa a poder transportar 50 homens.
No século XVI a importância da caravela diminui, sendo destinada sobretudo a missões de apoio. Também nesse século apareceu um novo tipo de caravela, no qual um dos mastros passou a armar uma vela redonda, pelo que se denominou de caravela redonda, pelo que se denominou de caravela redondo.
NauNau é uma denominação genérica dada a navios de grande porte até o século XV usados em viagens de grande percurso. Em vários documentos históricos a nau surge com a denominação de nave (do latim navis), termo utilizado quase sempre entre 1211 e 1428. Opõe-se-lhe o termo embarcação, aplicado a barcos de menores proporções, utilizados em percursos pequenos. As naus eram também chamadas carracas.
Durante a época dos descobrimentos, houve uma evolução dos tipos de navio utilizados. A barca, destinada à cabotagem e pesca, era ainda utilizada ao tempo de Gil Eanes, quando, em 1434, dobrou o Cabo Bojador, e seria sucedida pela caravela. Concretamente, na Baixa Idade Média, mais precisamente entre o século XIII e a primeira metade do XV, as naus, ainda tecnicamente longe daquilo que seriam nos Descobrimentos, serviam essencialmente para transportar mercadorias que provinham dos portos de Flandres, no norte da Europa, para a Península Itálica, no mar Mediterrâneo, e vice-versa.
À época de Fernando I rei de Portugal as naus desenvolveram-se em termos náuticos e multiplicaram-se de forma assinalável em Portugal. Devido à pirataria que assolava a costa portuguesa e ao esforço nacional de criação de uma armada para as combater, as naus passaram a ser utilizadas também na marinha de guerra. Nesta altura, foram introduzidas as bocas-de-fogo, que levaram à classificação das naus segundo o poder de artilharia: naus de três pontas (100 a 120 bocas) e naus de duas pontas e meia (80 bocas). A capacidade de transporte das naus também aumentou, alcançando as duzentas toneladas no século XV, e, as quinhentas, no século seguinte.
Galeão
Um galeão é um navio a vela que possui quatro mastros, de alto bordo, armado em guerra, frequentemente utililizado no transporte de cargas que possuiam alto valor na navegação oceânica entre os séculos XVI e XVIII. Alguns tinham 1200 toneladas e 40 bocas de fogo.