segunda-feira, 4 de abril de 2011

OPERARIADO

O socialismo começou por ser um conceito e um movimento político baseado na organização da classe trabalhadora, que rejeitava o modelo capitalista.
O principal e final objetivo era o comunismo, ou seja, uma sociedade sem classes, concentrada nas reformas sociais dentro do capitalismo.
À medida que este movimento/conceito se desenvolveu, foi adquirindo significados distintos consoante os diferentes tempos e espaços.
Este termo terá sido utilizado pela primeira vez no século XIX pelos intelectuais radicais que comungavam ainda da tradição iluminista.
No início do século XIX a Indústria mecanizada, primeiro na Inglaterra e em seguida na França, traduziu-se num acelerado progresso económico que acarretou a ruína dos artesãos e a perda de direitos e de condições de vida dos operários urbanos. Os socialistas utópicos tentam mudar este tipo de sociedade nos países capitalistas, ou pelo menos denunciar a exploração instalada por este sistema político. 
Entre os mais importantes teóricos desta ideologia encontravam-se Saint-Simon e Robert Owen. Claude Saint-Simon era um aristocrata francês e Robert Owen um grande industrial inglês, que partilhavam uma ideologia com base em motivos de ordem ética e prática.
Para eles o capitalismo era um sistema injusto que transformava os homens em máquinas e uma forma de exploração dos trabalhadores que viviam no limiar da pobreza. Era uma forma irracional de desenvolvimento das forças produtivas, debilitada com crises cíclicas de superprodução e de subconsumo, que privilegiava a produção de artigos de luxo, em detrimento, muitas vezes, dos produtos essenciais.
O socialismo era uma reação contra o liberalismo que, alegadamente, dava ênfase aos direitos e realizações privadas sobre o bem comum. No entanto, o socialismo acaba por ser um "produto ideológico" nascido do liberalismo. As duas ideologias tinham em comum a abolição da aristocracia. Apesar das semelhanças, os socialistas afastavam-se das suas raízes, pois consideravam o liberalismo uma fachada do capitalismo.
Os socialistas Karl Marx e Friedrich Engels trouxeram a teoria da exploração e a teoria da história. Para a corrente marxista (comunismo científico) o capitalismo era o resultado de um processo histórico e dialético, caracterizado pelo conflito de classes. A ação de um grande grupo de trabalhadores sem terra ou sem trabalho iria levar o capitalismo a colher a semente que gerara.
Esta doutrina socialista, professada por Marx e Engels, desenvolveu-se durante a luta do proletariado contra a burguesia. O combate destes homens baseava-se na luta entre a classe opressora (capitalista) e a classe oprimida (proletariado), e na tentativa de fundar um partido político revolucionário.
Marx era natural de Trier, uma cidade no Reno, oriundo de uma respeitada família burguesa chefiada pelo seu pai, um médico culto. Depois de se formar em Filosofia e integrar o grupo dos "Jovens Hegelianos", Marx abraçou uma carreira política. Em 1842 fundou, em Colónia, a Gazeta do Reno, e em 1844 começou a publicar os Anais Franco-Alemães. Pouco depois, em 1848, publicou, juntamente com Engels, o Manifesto do Partido Comunista, remetido em janeiro de Bruxelas para Londres, que saiu em França em 1848, no ano da revolução popular.

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